terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Criação de Hampster


Introdução O hamster é originário da Síria e só chegou ao Brasil em 1960. Durante muitos anos serviu apenas de cobaia. O animalzinho dorme durante todo o dia e acorda somente ao anoitecer ficando, nesse período, muito ativo. Apesar de ser parente dos ratos, é manso e muito higiênico, sendo considerado bem-humorado e gosta muito de brincar, exceto quando ameaçado, quando reage com violência.

Muita gente no Brasil não o conhece e, provavelmente, para a maioria das pessoas que já o viram, ele não passa de um simples ratinho. Mas, quem convive com esse pequenino e frágil roedor, consegue ver nele encantos e qualidades comuns aos mais populares animais domésticos de estimação. Apesar de ser conhecido como esquilinho do Líbano, o hamster dourado (Mesocricetos auratus auratus) é originário da Síria onde Aharoni, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, capturou uma fêmea acompanhada de uma dúzia de filhotes, em Alepo, levando-os para o laboratório, introduzindo a espécie no Ocidente, através dos Estados Unidos e Europa, onde se adaptou, se aclimatou e se proliferou facilmente. Daí começou a criação do hamster para fins experimentais.
No Brasil não se sabe ao certo o dia e o local de seu desembarque. Registros extra-oficiais dão conta de que os primeiros exemplares foram trazidos para cá por um imigrante alemão que, por volta de 1960, doou sua criação ao Instituto Biológico, órgão mantido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Por aqui, durante cerca de duas décadas, o interesse pelo hamster ficou restrito às salas dos laboratórios, onde serve como cobaia para experimentações científicas. Antes considerado uma praga de lavouras, onde constrói sua toca em galerias com uma profundidade de 40 a 80 centímetros, como faz o furão brasileiro, somente no início dos anos 80 é que conquistou seus primeiros fãs entre a população em geral, atraindo a atenção e simpatia, especialmente da criançada. Cada toca abriga apenas um animal e é abandonada quando a fêmea termina de criar os filhotes, ocasião em que constrói outra.
Não se tem notícia de exemplares dourados de vida livre, à solta na natureza, nos países ocidentais. Nessas condições, existem apenas os comuns, conhecidos como hamsters europeus. Todos os dourados que existem são descendentes daquela única família capturada por Aharoni. De vida noturna (notívagos) também podem se locomover durante o dia, saindo do ninho, mas evitando o sol; vivem bem em ambientes fechados (casas e apartamentos, em cativeiro), passando todo o dia dormindo ou sonolentos, despertando somente ao anoitecer. A sua principal característica física são as bolsas internas existentes uma em cada lado do pescoço, usadas em geral para armazenar alimentos que, quando cheias, assemelham-se a grandes bochechas peludas, agindo assim desde a mais tenra idade (desde os vinte dias já se preocupam em guardar o que comem). Os jovens desmamados e entregues à própria sorte entram logo em plena atividade, procurando armazenar o que comer. Muito fortes, são capazes de transportar para a toca alimentos de grande volume em relação ao seu tamanho, danificando lavouras de trigo, centeio, ervilha e toda a sorte de cereais. Na natureza, é daninho como o rato do campo.


CLASSIFICAÇÃO

Mais da metade das espécies de animais mamíferos existentes pertencem à ordem Rodentia (roedores) e, entre elas, está o hamster, que faz parte da família dos cricetídeos. O hamster comum (europeu), do gênero Cricetus, tem um pequeno e grosso rabo e cresce até 30 centímetros; entretanto, ainda é selvagem e não é conhecido no Brasil. Já o hamster dourado (sírio) foi descrito em 1839 por Waterhouse. Manso e de hábitos solitários, é o único domesticado até agora, pertence ao gênero Mesocricetus, é da espécie auratus, cresce em média de 15 a 18 centímetros, pesa de 85 a 130 gramas e tem apenas um vestígio de rabo. Alguns pesquisadores classificam o animal como irritadiço, de gênio violento e combativo quando ameaçado, brigando uns com os outros, ocasionando mortes em conseqüência dessas lutas e, ainda, canibais, onde as mães podem devorar os filhotes ao nascerem, se lhes faltar uma dieta alimentar adequada. São muito inteligentes. Por qualquer provocação colocam-se em atitude de defesa, sentados sobre as patas traseiras com as dianteiras distendidas, saltando sobre o agressor ao menor gesto, não importando o seu tamanho ou aspecto, por mais amedrontador que lhes possa parecer. Nessas ocasiões, cravam os dentes com muita rapidez. Sua mordedura é dolorosa e grave, dilacera os tecidos, tornando-se, assim, perigosa fonte de infecção. Por esse motivo, mesmo que não se apresentem zangados, é cauteloso manipular os animais com delicadeza e sem movimentos bruscos.
Em geral, os hamsters dourados, curiosamente, são castanhos na face dorsal, na face ventral são cinzento-claros com manchas brancas e, dentro das raças mais comuns – albino, libanês e angorá – as cores podem variar desde o branco, passando pelo champanhe e creme, até a mistura que vai dar em malhados, cintados e tricolores. Estes últimos são os mais criados no Brasil. Têm orelhas pequenas e olhos escuros muito vivos (exceto os albinos, que possuem olhos vermelhos).


COMO CRIAR

Para criar hamsters, é preciso delicadeza e paciência. Essa é a primeira dica dos grande criadores, que costumam vendê-los em lojas de animais e feiras livres, e dão outras aos futuros criadores:
- de manhã, a tarefa é limpar e desinfetar as gaiolas, tirando a maravalha (pó-de-serra) e as tirinhas de jornal molhadas de urina, remover os restos de alimentos dos comedouros, colocar ração nova e trocar a água dos bebedouros, sendo o principal cuidado procurar não mexer nos animais para que eles não acordem e, se isso acontecer, fazer movimentos suaves para evitar que eles despertem demais e acabem ficando estressados;
- a maior parte dos tratos deve ser feita a noitinha, quando os hamsters entram em atividade. É hora de desmamar os filhotes com 21 dias de vida, separar por sexo aqueles com cinco semanas de idade para evitar o cruzamento consangüíneo (acasalamento entre animais “parentes”), e escolher os casais para o acasalamento – recomendando-se, para isso, o uso de um livro de registros;
- se a fêmea, levada à gaiola do macho para ser coberta, brigar com o parceiro, é sinal de que ela ainda não está no cio, devendo ser separada dele imediatamente, sob o risco de serem provocadas ferimentos em ambos. No dia seguinte, faz-se uma nova tentativa. Decorridos 10 dias, apalpando-se o ventre da fêmea, é possível saber se foi fecundada e, então, ela deve voltar para sua gaiola. Nunca deve se deixar qualquer macho entrar em contato com a fêmea que estiver prestes a dar à luz, pois o estresse pode provocar a antecipação da cria;
- a ração balanceada, própria para hamsters, deve ser enriquecida com sementes de girassol, milho, lentilha e ervilha – deve-se evitar rações que contenham amendoim, porque este é propenso a fungos e pode matar criações inteiras;
- quanto às instalações, o importante é manter a temperatura ambiente a 20º e a umidade do ar entre 40 e 70%, controlando-se a quantidade de luz solar direta;
- os hamsters são exigentes quanto às condições sanitárias e sensíveis à falta de vitamina E.


COMPORTAMENTO

Quando se fala em reprodução, nenhum outro mamífero vence as fêmeas hamsters. Elas são campeãs em rapidez, ganhando até das coelhas. Seus filhotes nascem, em média, dos 16 aos 19 dias de gestação e costumam ser mais de sete por ninhada. Seu ciclo sexual dura de três a vinte e quatro horas e a primeira procriação pode ocorrer a partir de seis semanas para a fêmea, e três meses para o macho, fertilidade essa que diminui no inverno e aumenta na primavera. As glândulas mamárias estão dispostas em duas fileiras, localizando-se no tórax e abdômen, em número de seis a sete mamas de cada lado.
Como o sistema de criação mais comum é o individual, onde cada animal tem sua gaiola, a fêmea deve ser levada ao macho para que ela permita a cobertura com mais facilidade. E, quando nascem as crias, todo cuidado é pouco pois, se houver barulho, se faltar água na gaiola ou se alguém mexer muito no ninho, a fêmea pode ferir mortalmente os filhotes maiores ou comer os pequeninos. Nesse caso, primeiro ela os guarda em suas bolsas laterais mas, caso continue a se sentir ameaçada, ela os engole. Nascem com os olhos fechados, sem pêlos, de pele rosada, quase transparentes, escurecem no fim de dois dias, aparecendo os pêlos aos cinco dias de idade, e pesam, em geral, pouco mais de dois gramas.
Apesar do parentesco com os ratos, o hamster dourado é considerado um bicho muito higiênico e organizado. No pequeno espaço da gaiola, ele demarca o local de dormir, de urinar e de comer. O comportamento de carregar alimentos por meio das bolsas, e depositá-los nos cantos da gaiola e dentro do ninho, é tido como um hábito inato, presente na memória da espécie, e justificável pela necessidade de se precaver contra a escassez alimentar durante os invernos rigorosos em seu país de origem. Esses hábitos pouco comuns e a vida notívaga, não fazem do hamster um bicho mal-humorado em situações normais; pelo contrário, ele é bastante brincalhão. Por isso, em toda gaiola deve estar presente a “roda gigante”, para que ele possa se divertir e, de quebra, fazer exercícios. Entretanto, esse brinquedo, se mal feito, com hastes muito separadas umas das outras, torna-se um perigoso inimigo dos bichinhos, pois pode causar a quebra de suas patas e pernas, caso essas fiquem presas entre duas hastes enquanto a roda gira. Fatalmente, isso acometerá na sua morte. Outro problema que ela pode causar é o pêlo se enroscar em seu mecanismo, prendendo o animal, causando lesões subcutâneas sérias e de difícil diagnóstico. Caso isso venha a acontecer, o mais correto é, com as mãos enluvadas (para evitar os dentes do bichinho, que estará nervoso) e utilizando-se uma tesoura, cortar os pêlos que se enroscaram, liberando-o. Outros modelos de gaiolas, grandes e com partes em acrílico transparente, simulam tubos, corredores, labirintos, casinhas, túneis, por onde os animaizinhos passeiam. Esses ornamentos costumam ser utilizados em vitrines e exposições e, sempre, são alvo preferido da atenção de adultos e crianças que se deliciam em observar as suas peripécias.
Os hamsters estão sujeitos a várias doenças, figurando entre as mais comuns a pneumonia, tifo, oftalmia, abscessos, úlceras, gangrena na língua, adenite, além de duas consideradas as mais importantes: meningoencefalite (cabeça torcida para o lado; quando de pé, gira constantemente e, para locomover-se, rola o corpo) e mielite (membros inferiores distendidos, sem a menor ação; o animal locomove-se com grande dificuldade, arrastando a parte posterior do corpo). essas afecções, que localizam-se no sistema nervoso, podem trazer confusão para o leigo, à primeira vista, e podem ser confundidos com os sintomas da raiva. São os casos mais graves, e é aconselhável isolar os animais que apresentarem esses sintomas, tanto dos outros membros do plantel, como do contato humano.

COMO MANTER E CRIAR COELHOS


Alimentação: ração peletizada, específica para Coelhos. Oferecer diariamente folhas de alguns dos seguintes vegetais: beterraba, rabanete, chicória, almeirão e couve-flor. Não dê alface, pois pode causar diarréia.
Instalações: gaiola de 80 cm (comp.) x 50 cm (larg.) x 35 cm (alt.) para abrigar até dois exemplares de Coelhos pequenos ou médios ou apenas um gigante. Prefira as gaiolas de metal, pois são mais fáceis de limpar e menos sujeitas à proliferação de ácaros. Opte por modelos que possuam grade como piso e bandeja abaixo. Assim, evita-se o contato do Coelho com seus próprios dejetos. Forre a bandeja com jornal.Local: arejado, mas sem correntes de ar, umidade ou incidência direta do sol.Acessórios: comedouros e bebedouro de cerâmica.Higiene: diariamente - lavar o bebedouro em água corrente e trocar o jornal da bandeja. Semalmente: lavar os comedouros em água corrente (seque-os bem). Quinzenalmente - desinfetar as hastes da gaiola, assim como o seu piso e badeja. Pode-se usar produtos específicos para essa finalidade, que são achados em pet shops, ou água sanitária.
Cuidados especiais:
1) Coelho não toma banho e nem deve ser molhado, pois provavelmente algum fungo se desenvolverá.
2) Só deixe macho junto com fêmea quando quiser que reproduzam. Do contrário, ele tentará acasalar o tempo todo, e o casal pode brigar ou se reproduzir em demasia.
3) Caso, em alguns momentos do dia, o Coelho seja solto dentro de casa ou no jardim, fique atento para que não roa objetos ou plantas.
4) Não carregue o Coelho pelas orelhas, pois pode causar distensões ou mesmo fraturas.
Reprodução: o recomendado é que o macho só comece a reproduzir a partir dos cinco meses de idade e a fêmea a partir dos quatro. Os Coelhos reproduzem o ano todo, mas a fase mais fértil ocorre na primavera. Reúna macho e fêmea em uma mesma gaiola. Eles devem acasalar quase instantaneamente. Mas, por garantia, deixe-os juntos por dois dias e, depois, separe-os. Ela dará a cria em cerca de 30 dias. Alguns dias antes de os filhotes nascerem, coloque na gaiola um ninho de madeira de 30 cm (compr.) x 40 cm (larg.) x 30 cm (alt.), com abertura de entrada de 15 cm de diâmetro. Forre-o com maravalha, ou palha, ou feno macio. Não use serragem em pó nem em fita, pois pode causar conjuntivite e problemas respiratórios. Nascem, em média, sete filhotes. Após o nascimento, verifique o ninho diariamente para checar se todos os filhotes estão vivos e juntinhos um ao outro, para que se esquentem. Caso não estejam, o melhor é reuni-los. Quando estiverem com 30 dias de idade, retire o ninho. Aos 40 dias de vida, já estarão desmamados e podem ser separados da mãe. Ela também já estará pronta para uma nova gestação.

Criação de Rãs



APRESENTAÇÃO. A ranicultura se iniciou no Brasil na década de 30, quando um técnico Canadense trouxe alguns casais da ra Touro Gigante de seu país e iniciou a criação no Estado do Rio de Janeiro. Desde então muita coisa se modificou, sendo que o Brasil foi o pioneiro na criação racional de rãs.

MERCADO. O mercado potencial é de cerca de três vezes superior à oferta, um dos fatores limitantes desse mercado é o preço que o produto tem chegado aos pontos de venda.
Dados mais recentes estimam a produção brasileira em torno de 400 toneladas anuais, portanto, um mercado ainda em franca expansão.

LOCALIZAÇÃO. Terreno próximo aos centros consumidores e pouco acidentado, variando seu tamanho de acordo com a produção almejada (tamanho médio 500 a 1000 m2). Locais com a temperatura ambiente mais elevada são recomendados, pois as rãs são animais ectotérmicos, adaptando sua temperatura corporal ao ambiente. Em outras palavras “quanto mais quente melhor”.

ESTRUTURA. Devido a várias características apresentadas pela Rã em cada fase de vida, exige instalações e manejos diferenciados. Existem portanto, em um ranário comercial diversos setores como:
- Reprodução;
- Embriologia;
- Girinagem;
- Metamorfose e Engorda.
O setor de Engorda representa cerca de 70% das instalações em um ranário.
Para os setores de reprodução e engorda são necessárias áreas secas com cochos e abrigos e uma área com piscina. As outras fases são exclusivamente aquáticas.
Todos os tanques são construídos em alvenaria com cobertura de sombrite 50% e ficam sob estufas agrícolas, como foi mencionado anteriormente. Dessa forma promove-se um aumento da temperatura ambiente, permitindo assim um desenvolvimento mais rápido dos animais.

EQUIPAMENTOS. Os equipamentos básicos são: bombas áquaticas, comedouros, telas, equipamentos veterinários e etc.

INVESTIMENTO. O investimento irá variar de acordo com a: região em que se irá trabalhar, a capacidade de gerenciamento de um negócio, as condições inerentes a cada empreendimento, entre outros.

PESSOAL. Irá variar de acordo com a estrutura do empreendimento.

RÃ. A rã possui características biológicas e fisiológicas bem distintas dos animais comumente criados. O seu ciclo de vida compreende uma fase exclusivamente aquática, onde recebem o nome de girinos, e outra terrestre (rã propriamente dita), porém com extrema dependência da água.

ALGUMAS ESPÉCIES. São várias as espécies de rãs, pode-se destacar algumas, tais como: a Rã-Touro, Rã-Pimenta, Rã-Manteiga ou Paulistinha, dentre estas citadas a mais indicada para a criação em cativeiro é a Rã-Touro Gigante, devido as suas características zootécnicas como precocidade, prolificidade e rusticidade.

RÃ-TOURO GIGANTE. Também conhecida como rã mugidora e bulfrog americana (Rana catesbeiana, Shaw), é originária das proximidades das montanhas rochosas na América do Norte. A coloração de pele é entre verde-claro e cinza-escuro. É considerada a terceira maior do mundo em tamanho, chegando aos 30 cm de comprimento total (desde o focinho às patas traseiras) e 2,5 kg de peso. A rã-touro vive no máximo 16 anos e sua capacidade reprodutiva é de aproximadamente 10 anos. No Brasil as pesquisas com criação de Rãs-Touro tiveram início no na década de 70.

REPRODUÇÃO. A rã tem uma extraordinároia capacidade de reprodução, porém, se faz importante promover uma contínua melhoria nas condições do plantel.
Não é difícil identificar o sexo de uma rã. A presença de testículos nos machos e ovários nas fêmeas é a característica sexual primária das rãs. Mas, para identificar o sexo dos animais, observe as características secundárias como: tamanho (os machos são menores), diâmetro do ouvido em relação ao do olho e coloração do papo. Quando a rã atinge a sua maturidade sexual, ou seja, está apta para o acasalamento, estas características são visíveis.
Para atingir a maturidade sexual, as rãs sofrem certas influências como: clima, chuva, pressão atmosférica, temperatura, fotoperíodo (tempo de exposição à luz). Estes são os fatores primordiais que atuam no seu processo de maturação do aparelho reprodutor.
As rãs se reproduzem por acasalamento com fecundação externa, ou seja, o esperma é lançado sobre os óvulos, diretamente na água.
O processo inicia-se com o coaxar dos machos, visando a atração das fêmeas; para a desova procuram águas limpas, rasas, calmas e tépidas.
A pressão exercida pelo macho, durante o abraço nupcial, auxilia a fêmea na expulsão dos óvulos. Simultaneamente os machos lançam seu esperma fecundando-os à medida em que são expelidos. Os ovos mantêm-se unidos por uma substância gelatinosa e transparente. A função desta substância é auxiliá-los a flutuar na superfície da água, dar-lhes proteção mecânica e térmica e contra-ataques dos inimigos.
Os embriões (larvas) eclodem 3 a 5 dias após a fecundação. Têm cor negra e nutrem-se do saco vitelino. Depois do décimo dia, aproximadamente, passam a se alimentar do plâncton existente na água e de ração. Em seguida, começam a nadar. Nesta etapa já possuem boca formada.
Nas primeiras semanas ficam no fundo dos tanques, subindo à superfície em grupos para se alimentar. Quando alcançam determinado tamanho, os girinos começam a se metamorfosear, transformando-se em imago e adquirindo hábitos terrestres.

DENSIDADE. A densidade recomendada no setor de reprodução é de 3 animais/m2 , e no setor de engorda, é de 50 rãs/m2. Quanto aos girinos a densidade para a transformação é de 1 girino/litro d’água, e quando se deseja reter o processo de metamorfose essa deve ser de até 20 girinos/litro d’água (estocagem), conforme seu tamanho.
O tempo que o animal leva desde a fase de ovo até o peso de abate é em média de 7 meses e varia conforme a temperatura, manejo, alimentação e potencial genético. Destes 7 meses apenas 4 meses são relativos à engorda propriamente dita, sendo que os 3 meses iniciais são relativos ao tempo em que ocorre a eclosão dos ovos de onde saem os girinos que crescem e sofrem a metamorfose. Esses últimos sofrem diversas transformações internas e externas até se transformarem em rãs jovens.

ALIMENTAÇÃO. Para os girinos em processo de metamorfose recomenda-se administrar ração para trutas ou rãs (aproximadamente 40% de Proteína Bruta) na forma farelada, na quantidade de 10% do seu peso vivo por dia (1O mês), relação essa que deve ser diminuída para 5% e 2% nos meses subsequentes.
Já para as rãs, a ração a ser ofertada (também com aproximadamente 40% de PB), deve ser peletizada e acrescida de inicialmente 20% de larvas de dípteros.A ração pode ser oferecida também sobre cochos vibratórios, ou oferecida a lanço diretamente sobre a água com acontece em um sistema conhecido como "inundado".

MELHORAMENTO DA ESPÉCIE. Para obter-se um melhoramento da espécie em ranicultura, há dois principais caminhos:
Melhoramento das condições ambientais. Esta ligado a melhoramentos na alimentação, sanidade, construção, etc. Pode conduzir a um rápido retorno, mas precisa ser sempre renovado.
Melhoramento genético. É um trabalho mais a longo prazo, com gastos elevados, porém, benefícios permanentes. Este trabalho em geral é promovido e patrocinado por institutos e centros de pesquisa. Os animais são escolhidos dentro do padrão de produção desejado. Devem ser sadios, fecundos, resistentes a doenças e apresentar um bom crescimento, de forma a induzir uma melhoria na criação. A seleção é feita ao longo de todo o ciclo de vida do animal.
É válido lembrar que o campo da genética aplicada à ranicultura é amplo, mas infelizmente ainda pouco explorado. Assim sendo, recomenda-se que o próprio ranicultor desenvolva a melhoria do seu plantel, através de seleção. Esta seleção consiste em escolher os melhores animais dentro de uma população e acasalá-los entre si.

ESTRUTURA DE PRODUÇÃO. É distribuída por setores, que são:
O Setor de Reprodução. É constituído de duas áreas distintas: as baias de mantença e as de acasalamento. Na primeira, as rãs reprodutoras são mantidas confortavelmente durante todo o ano, sendo transferidas para as baias de acasalamento quando o ranicultor necessita de desovas. Essas baias de acasalamento podem ser para apenas um casal de cada vez (individualizadas), ou para vários casais (baias coletivas). Após a reprodução, a desova é transferida para o setor de girinos, e o casal retorna para a baia de mantença. Apesar dessa baia ser semelhante às do setor de recria, seus elementos básicos estão em número e dimensões proporcionais ao porte dos reprodutores, que são alojados em uma densidade bem inferior.
O Setor de Girinos. É formado por um conjunto de tanques, construidos em tamanho e número proporcional ao porte do empreendimento. A desova é depositada em uma incubadeira, onde ocorrerá o desenvolvimento embrionário até a saída das larvas, as quais, decorridos alguns dias, darão origem aos girinos propriamente ditos. Nos tanques, os animais vão se desenvolver até a metamorfose.
O Setor de Recria. Constituído de baias de recria inicial e baias de terminação. Essas baias consistem de abrigos, cochos e piscinas dispostos linearmente e adequados ao tamanho dos animais.
Baias de Recria Inicial. Recebem os imagos após a metamorfose, oriundos ou não de uma mesma desova. Quando as rãs alojadas nessas baias alcançam de 30 a 40 g, são triadas e transferidas para as baias de crescimento e terminação.
Baias de Crescimento e Terminação. São destinadas a receberem lotes uniformes de rãs oriundas das baias de recria inicial, onde permanecem até atingirem o peso de abate. Nesse momento, são enviadas para a industria de abate e processamento.

FASES DA CRIAÇÃO. São as seguintes:
1º Fase: Inicia-se no setor de reprodução, onde as rãs reprodutoras são mantidas confortavelmente durante todo o ano, sendo transferidas para as baias de acasalamento quando o ranicultor necessita de desovas. Após a reprodução, a desova é transferida para o setor de girinos.
2º Fase: No setor de girinos, os girinos são depositados em uma incubadeira, onde ocorrerá o desenvolvimento embrionário até a saída das larvas, as quais, decorridos alguns dias, darão origem aos girinos propriamente ditos. Nos tanques, os animais vão se desenvolver até a metamorfose (imagos).
3º Fase: Os imagos são transferidos para o setor de recria, onde são abrigados nas baias de recria inicial, nestas ficam alojados até alcançarem de 30 a 40 g (rãs), são triadas e transferidas para as baias de crescimento e terminação, onde permanecerão até atingirem o peso de abate. Nesse momento, são enviadas para a industria de abate e processamento.

CLIENTES. Os principais compradores são: supermercados, butiques de carne e restaurantes. No caso de supermercados, somente os produtores com oferta regular e com grande volume têm condições de atender a esse segmento.

LEMBRETES IMPORTANTES. Alguns fatores que devem ser lembrados pelo empreendedor, para que obtenha sucesso no empreendimento:
- O que determina o sucesso do empreendimento não está apenas no potencial do mercado do produto, mas sim na forma como o negócio é gerenciado e na perseverança do empreendedor;
- Antes de implantar o negócio, é importante que seja feito um levantamento de mercado e um bom planejamento das atividades.

OBS. No Brasil, em um ranário, um reprodutor permanece de 4 a 5 anos, em média, e as rãs destinadas ao abate cerca de sete meses a um ano.

NOTÍCIAS
RÃS VIRAM ATÉ JÓIA PARA GERAR MAIS RECEITA
Embutidos - mortadela e salsicha -, empanados, bolsas, cintos, jóias e até material cirúrgico. Essas são algumas das soluções encontradas pela Cooperativa dos Ranicultores do Vale do Paraíba (CoorãVap), única do gênero no Estado de São Paulo, sediada em Tremembé, para aumentar a rentabilidade da atividade que esbarra no baixo consumo desse tipo de proteína animal no País.
Com a produção nacional estimada em 800 toneladas por ano, a atividade movimenta algo em torno de R$ 6 milhões.
Criada em 1999, a CoorãVap, é apontada como a maior cooperativa do País, com mais de 100 associados e um abate diário em torno de 10 mil rãs. Cerca de 70% mantêm criadouros instalados no Vale do Paraíba. A cooperativa recebe também os anfíbios de outras cidades paulistas e sul de Minas Gerais.
O novo produto desta vez é a linha de embutidos que está sendo desenvolvida em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), de Campinas.
A previsão é que o produto esteja disponível até o final do ano e seja voltado para o segmento de merenda escolar.
Segundo o diretor administrativo da cooperativa, Vitório Cassiano Filho, ampliar o consumo de rã no Brasil é um desafio. “Não temos a cultura de consumir esse tipo de proteína animal. Hoje, nossa faixa de consumidores tem entre 40 e 50 anos. Por isso a idéia da merenda escolar é atraente”.
Outra novidade no setor de carnes lançada pela cooperativa em conjunto com a empresa paulistana Fênix foi uma linha de empanados à base de rã.
Um dos grandes diferenciais dos derivados de carne de rã é o apelo "light". Classificada como pescado, a carne de rã é uma das fontes menos gordurosas de proteína animal e possui excepcional valor biológico. Dados do Laboratório Experimental do Departamento de Nutrição e Saúde apontam que em 100 gramas de carne de rã há 60 calorias, enquanto que nas carnes de porco, galinha e bovina há 181, 111 e 149 calorias, respectivamente.
Por ser pobre em gorduras é indicada para problemas cardiovasculares e contribui para melhorar o nível de resistência.
Outra aplicação da rã ligada ao setor de saúde é a utilização das peles no tratamentos de queimados, como enxerto.
Uma das principais vantagens da utilização da queratina em lâmina extraída da pele de rã é o melhor resultado obtido na recomposição da pele. A queratina tem uma sequência de aminoácidos idêntica à pele humana e, por ser translúcida, deixa passar luz, facilitando a recomposição da pele. Outra é o preço final, que em média é dez vezes inferior a material similar importado.
Por meio de uma parceria com a unidade regional do Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a CoorãVap iniciou um projeto-piloto de confecção de artigos com pele de rã que se transforma em coleções de moda, material de escritório e até mesmo emjóias. Já foram desenvolvidos mais de 70 artigos voltados para o universo da moda.
A previsão é que, a partir de maio, sejam iniciados os embarques das peles para a Europa, a começar por Portugal. Já foram desenvolvidos mais de 70 artigos como bolsas, sandálias, cintos, carteiras e pastas.
Fonte: Diário do comércio e indústria, 03/04/2002
Legislação Específica
Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:
- Registro na Junta Comercial;
- Registro na Secretária da Receita Federal;
- Registro na Secretária da Fazenda;
- Registro na Prefeitura do Município;
- Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal)
- Registro no Sindicato Patronal;
- Registro de Aquicultor;
- Licença Ambiental (SEAMA).

O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de Funcionamento.
Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).
No caso do Registro de Aquicultor, deverá ser feito o pedido na Federação da Agricultura Estadual, que enviará ao DPA - DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA (Orgão do Ministério da Agricultura).
Na comercialização do produto processado (carne), o empresário deverá informar-se a respeito dos registros necessários para sua legalização.
Comercialização:
Em Nível Municipal. No município onde está instalado, basta efetuar o registro na Vigilância Sanitária Municipal (quando houver);
Em Nível Nacional. O registro deverá ser feito no SIF - Serviço de Inspeção Federal. O órgão responsável no Espírito Santo é o Ministério da Agricultura.
Outras legislações:
PORTARIA IBAMA 136/98. Estabelece normas para registro de Aqüicultor e Pesque-pague no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

Criação de Camarão Água Doce



Introdução
FICHA TÉCNICA

TIPO DE NEGÓCIO: Criação de camarão de água doce(da Malásia)
PRODUTOS: Camarão de água doce.
SITUAÇÃO DO MERCADO: em crescimento.
INVESTIMENTO INICIAL: Varia de R$ 5.000,00 à R$ 20.000,00

HISTÓRICO. O homem buscou sempre, no decorrer da história, soluções criativas para enfrentar o cotidiano, por vezes incerto. De início ele colhia raízes, sementes e frutos, o que a natureza lhe oferecia generosamente. Aos poucos ele percebeu que poderia ter tudo ao alcance da mão e a qualquer momento. Como? Plantando cereais, hortaliças e frutas. Criando animais apropriados para o abate (e, por tabela, para o trabalho caseiro).
A criação do camarão se encaixa perfeitamente nessa realidade.A aquicultura(criação de organismos que têm na água o seu normal ou mais freqüente meio de vida) é uma atividade econômica em plena expansão no Brasil e no mundo.
Especificamente com relação ao cultivo de camarão de água doce, há informações de que essa atividade já era praticada desde o ano 500 A.C.
Com o crescimento da demanda mundial por alimentos de alto valor nutritivo, saudáveis e disponíveis a preços baixos, a atividade de carcinicultura de água doce tornou-se uma alternativa viável tanto do ponto de vista alimentar quanto de negócio, principalmente para pequenos produtores rurais.
O camarão de água doce(da Malásia) enquadra-se nessas características devido à sua excelente aparência, carne branca, sem o forte odor característico dos camarões de água salgada e consistência firme semelhante a lagosta marinha.

CARACTERÍSTICAS. Natural do sul e sudeste asiático, ocorrendo ainda na Oceania e em algumas ilhas do Pacífico Oeste. É considerada a espécie, de água doce, mais utilizada no cultivo intensivo em todo o mundo. É a maior espécie do gênero, podendo atingir 32 cm e pesar 500 g. O seu ciclo de vida compõe-se de quatro fases: larva, pós-larva, juvenil e adulto. A fêmea produz cerca de 5.000 a 100.000 ovos, dependendo do tamanho, chegando-se ao aproveitamento de 50% dos mesmos. O hábito alimentar deste camarão é onívoro, podendo, inclusive, praticar canibalismo, se a disponibilidade de alimentos for insuficiente. Em cultivo intensivo, com ração balanceada, alcança um peso médio de 30 g em 6 (seis) meses de criação, quando estará em condições de ser comercializado.

TÉCNICA DE MANUSEIO. A técnica utilizada no cultivo do camarão consiste na manutenção dos reprodutores em viveiros escavados em terreno natural, sendo alimentados com ração balanceada. As fêmeas, quando ovadas, são retiradas e levadas para os tanques de manutenção de matrizes, onde são alimentadas e examinadas diariamente. No momento em que apresentam ovos em adiantado estágio de desenvolvimento, são transportadas para os tanques de eclosão. Após a desova, as larvas são retiradas, contadas por amostragem e distribuídas nos tanques de pré-cultivo, onde passam cerca de dez dias. Neste período são alimentados com Artemia sp. (microcrustáceo próprio para alimentação das larvas). Transcorrido esse prazo, são transferidas para tanques de cultivo, onde, além do microcrustáceo, passam a receber uma dieta específica, á base de ovo, leite, peixe, complexo vitamínico, ômega-3 e outros, preparada no próprio laboratório. Nos tanques de cultivo permanecerão de 30 a 35 dias, atingindo a fase de pós-larva, quando então serão aclimatizadas e comercializadas para engorda quer seja para viveiros ou açudes, lagos, etc.

CRIAÇÃO. A criação de camarões de água doce baseia-se principalmente na espécie Macrobrachium rosenbergii (camarão da Malásia). A engorda ou recria destes organismos é geralmente realizada em viveiros escavados em solo natural. Dentro dos requisitos técnicos considerados na seleção de áreas adequadas à atividade destacam-se as condições de temperaturas elevadas durante pelo menos 6 meses (média mensal acima de 20ºC), disponibilidade de água de boa qualidade, situação topográfica que compreenda inclinações não superiores a 2%, solo predominantemente silte-argiloso (30 a 70%), etc. Além destas disposições técnicas, as situações logísticas também devem ser consideradas, quais sejam: estudo de mercado, infra-estrutura local, acesso, mão de obra, etc. A recria inicia-se a partir do povoamento dos viveiros com pós-larvas (fases inicias obtidas através de um processo de manutenção das larvas em instalações específicas – laboratórios de larvicultura). A reprodução deste tipo de camarão tem início na água doce. No entanto, as larvas desovadas pelas fêmeas precisam ser mantidas em água salobra durante aproximadamente 40 dias, até que sofram a metamorfose, possibilitando a sua liberação nos viveiros de água doce. O processo de larvicultura é tecnicamente complexo. Embora possa ser conduzido por pequenos produtores, recomenda-se aos iniciantes a compra de pós-larvas de laboratórios comerciais para os primeiros povoamentos dos viveiros de recria.

SISTEMAS DE CRIAÇÃO. A tecnologia de recria de camarões pode ser definida em três sistemas, cujas características diferenciais consideram a sua complexidade de manejo:
Sistema monofásico. Caracterizado pelo emprego de baixa tecnologia, cujos viveiros escavados no solo (1.000 a 5.000 m²) são povoados com pós-larvas recém metamorfoseadas na proporção que varia entre 8 a 10 pós-larvas/m². O ciclo tem duração média de seis meses sem qualquer transferência de viveiros.
Sistema bifásico. Trata-se da manutenção das pós-larvas recém metamorfoseadas em viveiros-berçário também escavados no solo (500 a 2.000 m²). As pós-larvas permanecem nestes viveiros durante aproximadamente dois meses, em densidades que variam de 70 a 200 pós-larvas/m². Em seguida, os juvenis com peso médio de ±2,0 g são transferidos para os viveiros de engorda, onde permanecem por mais aproximadamente 4 meses, em densidades de 8 a 10 juvenis/m², sendo despescados com peso médio de 25 a 30g.
Sistema trifásico. Semelhante ao anterior, diferindo apenas pela consideração de uma fase preliminar realizada em berçários primários, onde as pós-larvas recém metamorfoseadas são estocadas em altas densidades (4 a 8 pós-larvas/Litro) dentro de tanques de 5 a 35 m³ , construídos em concreto, alvenaria, fibra de vidro, etc. Esta fase, também conhecida como pré-cultivo, tem duração de 15 a 20 dias, cujos organismos com peso médio de 0,05 g são transferidos para os berçários secundários, seguindo o manejo descrito no sistema bifásico.

FORMAS DE MANEJO. Pode ser:
Manejo alimentar. Em todas as fases os camarões recebem alimentação artificial na forma de ração balanceada e peletizada, cujos tamanhos das partículas, quantidades e teores protéicos variam de acordo com a faixa de tamanho dos camarões. Rações contendo 40 a 25% de proteína bruta são fornecidas na proporção de 100 a 3% da biomassa total de camarões, respectivamente para as fases inicias e finais de cultivo. Esta diminuição nas proporções são gradativas ao longo do tempo de cultivo. Os viveiros escavados no solo oferecem um bom recurso de alimento natural, composto principalmente pela fauna bentônica que compreende as formas larvais e adultas de invertebrados aquáticos. A adubação química ou orgânica dos viveiros é periodicamente praticada a fim de incrementar esta fauna.
Manejo hídrico. A qualidade da água deve ser rigorosamente controlada para que as condições ambientais se estabeleçam dentro dos padrões de exigência dos camarões a fim de gerar maiores produtividades no cultivo. Teores de oxigênio dissolvido, pH, temperatura e transparência são parâmetros controlados diariamente nos viveiros, enquanto que, dureza, alcalinidade e outros são monitorados semanalmente.
Outros manejos. Amostragens quinzenais de camarões são realizadas para avaliar o crescimento dos organismos e obter informações para o cálculo das quantidades necessárias de ração.

DESPESCAS. As despescas nos viveiros de engorda iniciam-se sempre que uma boa parcela de camarões já tenha atingido o tamanho comercial. Isto ocorre geralmente no 4º ou 5º mês de ciclo total (berçário + engorda), cuja captura dos organismos é feita através de arrasto com rede seletiva. As despescas seletivas são realizadas a cada 20 dias aproximadamente. Em cada viveiro de engorda se promove em média 2 a 4 dessas operações. Ao final do processo, geralmente após seis meses de recria, efetua-se uma despesca total, operação em que o viveiro é totalmente drenado e todos os camarões são capturados.

LOCALIZAÇÃO.
.ÁGUA. Os viveiros devem ser instalados em locais onde haja fornecimento de água natural(poços, córregos, rios ou nascente);
.TEMPERATURA. Deve-se evitar implantá-los onde há grandes variações de temperatura entre o dia e a noite. O local é considerado adequado quando a temperatura média do mês mais frio é igual ou superior a 20° C e quando existem ventos constantes e moderados;
.TERRENO. O terreno deve ser plano ou levemente ondulado, com uma declividade de até 5%. Os solos considerados como ideais para construção de viveiros são aqueles com taxa de argila variando entre 40% e 70%. Com menos de 40% de argila, ou seja, arenoso, o solo torna-se desapropriado em função do seu baixo poder de retenção de água. Com mais de 70% de argila, o excesso de água acumulada costuma causar problemas na drenagem do viveiro, provocando o aparecimento de rachaduras nas paredes dos tanques. O solo ideal deve ter PH próximo a 7,0.

PESSOAL. Sugerimos a contratação de um funcionário para a manutenção do cultivo, ou seja para o arraçoamento (feito 2 vezes por dia), a biometria (feita uma vez por mês), vigilância do viveiro e verificação da temperatura, transparência e do PH da água(feita diariamente).

EQUIPAMENTOS. Nenhum projeto de carcinicultura pode funcionar sem uma infraestrutura mínima capaz de atender às necessidades gerais de uma produção, assim como suas peculiaridades. Em fazendas de engorda, mesmo que pequenas, alguns instrumentos simples são indispensáveis: disco de Secchi – medição de transparência da água; termômetro – medição da temperatura da água; oxímetro – medição do oxigênio dissolvido da água, ou kits para análise química do Oxigênio Dissolvido; phmetro – medição do PH da água; redes de pesca – usada na despesca; tarrafas – usada na biometria(acompanhamento do desenvolvimento em peso e comprimento do animal); tela protetora – protege a entrada de predadores e saída de camarões.

MATÉRIA-PRIMA. O cultivo de camarão da água doce envolve duas fases:
Larvicultura: produção de pós-larva;
Engorda: criação dos jovens a partir da fase de pós-larva até atingir o tamanho comercial.
Portanto podemos considerar como matéria-prima a pós-larva que deverá ser adquirida em laboratórios especializados.

PRODUTIVIDADE. Os valores de produtividade desta atividade variam de acordo com a situação climática regional e com o tipo de sistema de cultivo empregado (monofásico, bifásico ou trifásico). Geralmente, produtividades variando entre 1.000 a 3.000 Kg/ha/ano são observadas nos empreendimentos comerciais em operação no Brasil.

VIABILIDADE ECONÔMICA. O investimento inicial com instalações gira em torno de R$ 20.000,00 para cada hectare de lâmina d’água de projeto, para quem já possui uma propriedade, o investimento inicial será em torno de R$ 5.000,00. O custo operacional varia entre R$ 3,50 a R$ 5,00 para cada quilograma de camarão produzido. O valor de venda entre R$ 10,00 a R$ 20,00 varia de acordo com o padrão do produto e tipo de mercado (atacado ou varejo).

MERCADO. O mercado consumidor é bastante diversificado, podendo-se citar as redes de supermercados, hotéis, restaurantes e lojas especializadas em pescados. Trata-se de um produto nobre, com excelente aceitação nos mercados interno e externo.